Jovens
empreendedores tem espaço para suas ideias inusitadas na Agência de
Inovação da UFPR
Reportagem Amanda Pupo
Escritório da Agência de Inovação na Rua João Negrão, 280, em Curitiba. (Fonte: Acervo Facebook Agência de Inovação). |
“Quando comparamos
nossa realidade com três décadas atrás, vemos que os jovens
estudavam para se tornarem empregados. Hoje eles querem suas próprias
empresas”. Essa é a análise do professor e doutor em
Administração e Ciências aplicadas da Universidade Federal do
Paraná, Fernando Antônio Prado Gimenez. O docente faz parte do time
da Agência de Inovação, instituída em 2008 pela UFPR. Ele
coordena o setor de Empreendedorismo e Incubação de Empresas, que
tem ao longo dos anos ajudado muitos jovens visionários a inserir-se
no mercado.
A Agência de Inovação
surgiu para valorizar as pesquisas básicas e aplicadas, articular
parcerias entre a universidade e o setor produtivo e difundir a
cultura de sustentabilidade, empreendedorismo e inovação. Para
isso, funciona em três linhas: Propriedade Intelectual,
Empreendedorismo e Incubação de Empresas e Transferência de
Tecnologia.
A área que mais tem
ligação direta com Economia e Mercado de Trabalho é de
Empreendedorismo e Incubação, que “dissemina a cultura
empreendedora na universidade e toda a Comunidade, entre alunos ou
professores” explica Gimenez. O setor dá suporte principalmente
àqueles que têm ideias que fogem do comum pela transmissão de
informação, na realização de encontros e eventos nas áreas da
inovação, empreendedorismo, economia criativa, e ainda pela
realização de publicações- a última delas é um livro sobre
Economia Criativa- Conhecimento, Criatividade e
Empreendedorismo para uma vida sustentável, escrito por
dezessete especialistas de Economia e Negócios, incluindo parte da
equipe da Agência. Outra forma de apoio se dá pela incubação de
empresas, serviço para projetos que estão surgindo, e para aqueles
que já estão formalizados. A incubação consiste em estimular a
criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas,
oferecendo suporte técnico, gerencial e formação complementar do
empreendedor. Para poder se incubada, a empresa precisa ter entre
seus sócios alunos ou ex-alunos da UFPR, professores ou servidores.
Quem quiser ter a
assistência da Agência, precisa estar ligado à Inovação. Segundo
o professor Gimenez, no processo seletivo, o primeiro fator analisado
é o caráter do negócio. “Precisa ser inusitado, algo que não
exista, que não seja ofertado no mercado. Se não for, o projeto cai
fora”, explica. Nas ideias que permanecem, prioriza-se a
viabilidade de a empresa sobreviver ao longo do tempo. Se for
aprovada nestes aspectos, uma banca formada por professores e
especialistas assiste a apresentação do projeto e emite a decisão
sobre a incubação.
Apesar de a Agência
ter sido criada em 2008, o processo de incubar empresas e projetos é
recente: - data de 2012. Atualmente, dez empresas estão neste
processo, -e elas não se restringem a um setor econômico. Entre
várias estão presentes ideias inovadoras na parte tecnológica,
ambiental, de assessoria e cultural.
Gimenez ressalta que a
assistência não é financeira: -“O apoio acontece nas questões
administrativas, como, por exemplo, orientando a apresentação de
projetos de fomento a outros órgãos”. “Nós também temos
programa de capacitação de sócios incubados. Neste ano demos
início a um ciclo de palestras e todo mês iremos ter uma palestra
sobre diferentes aspectos de gestão, fora o acompanhamento feito em
reuniões periódicas”.
Para o professor, uma
das características mais importantes da Agência de Inovação é a
capacidade de diminuir a taxa de insucesso no mercado. “Muitas
empresas estão sendo criadas, principalmente pelos jovens, mas a
realidade é que muitas não sobrevivem ao mercado” explica. A boa
notícia aos jovens empreendedores também vem de um estudo do SEBRAE
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) feito em
2013, que mostrou a taxa de mortalidade das empresas no Brasil, nos
últimos dois anos, caindo em 7,6%.
Gráfico da Taxa de Mortalidade de Empresas de 2 anos. (Fonte: Sobrevivência das Empresas no Brasil/Sebrae)
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O novo teatro
Uma das artes mais
antigas da civilização humana ganha cara nova com o Coletivo
Articulado, grupo de teatro que está entre as dez empresas incubadas
da Agência de Inovação. Utilizando como norte o Teatro do
Oprimido, a primeira empresa de economia criativa da Agência quer ir
em direção à plateia. “A nossa ideia é levar o teatro as
pessoas. Fazer apresentações nas ruas, nos bairros mais periféricos
de Curitiba” explica o criador do Coletivo, Ricardo Philippi,
estudante de Produção Cênica da UFPR. Com escritório instalado na
Agência, o projeto é novo, foi aprovado em fevereiro deste ano.
Sobre o componente inovador, Philippi explica: “A arte é por si só
inovadora. Mas o nosso objetivo, além de levar o teatro às pessoas,
é fazer com que o público interaja e participe do espetáculo,
promovendo uma face interativa do teatro”.
Projeto “Bota pra
Fazer”
Uma parceria entre a
Agência de Inovação da UFPR e o Instituto Empreender Endeavor vai
oferecer aos seus alunos o Projeto Bota pra Fazer- crie seu negócio
de alto impacto. Uma equipe de 30 docentes será treinada para
atender dois mil alunos durante 2014. O objetivo é instruí-los a
identificar oportunidades, criar um novo negócio, e desenvolver suas
capacidades empreendedoras. A qualificação dos professores está
prevista para começar ainda em março. Após esta etapa, os
facilitadores terão como obrigação oferecer turmas do Bota pra
Fazer para os estudantes do seu Setor de Ensino.
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