quarta-feira, 19 de março de 2014

Agência orienta projetos inovadores para o mercado

Jovens empreendedores tem espaço para suas ideias inusitadas na Agência de Inovação da UFPR

Reportagem Amanda Pupo
Escritório da Agência de Inovação na Rua João Negrão, 280, em Curitiba. (Fonte: Acervo Facebook Agência de Inovação).
“Quando comparamos nossa realidade com três décadas atrás, vemos que os jovens estudavam para se tornarem empregados. Hoje eles querem suas próprias empresas”. Essa é a análise do professor e doutor em Administração e Ciências aplicadas da Universidade Federal do Paraná, Fernando Antônio Prado Gimenez. O docente faz parte do time da Agência de Inovação, instituída em 2008 pela UFPR. Ele coordena o setor de Empreendedorismo e Incubação de Empresas, que tem ao longo dos anos ajudado muitos jovens visionários a inserir-se no mercado.

A Agência de Inovação surgiu para valorizar as pesquisas básicas e aplicadas, articular parcerias entre a universidade e o setor produtivo e difundir a cultura de sustentabilidade, empreendedorismo e inovação. Para isso, funciona em três linhas: Propriedade Intelectual, Empreendedorismo e Incubação de Empresas e Transferência de Tecnologia.

A área que mais tem ligação direta com Economia e Mercado de Trabalho é de Empreendedorismo e Incubação, que “dissemina a cultura empreendedora na universidade e toda a Comunidade, entre alunos ou professores” explica Gimenez. O setor dá suporte principalmente àqueles que têm ideias que fogem do comum pela transmissão de informação, na realização de encontros e eventos nas áreas da inovação, empreendedorismo, economia criativa, e ainda pela realização de publicações- a última delas é um livro sobre Economia Criativa- Conhecimento, Criatividade e Empreendedorismo para uma vida sustentável, escrito por dezessete especialistas de Economia e Negócios, incluindo parte da equipe da Agência. Outra forma de apoio se dá pela incubação de empresas, serviço para projetos que estão surgindo, e para aqueles que já estão formalizados. A incubação consiste em estimular a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas, oferecendo suporte técnico, gerencial e formação complementar do empreendedor. Para poder se incubada, a empresa precisa ter entre seus sócios alunos ou ex-alunos da UFPR, professores ou servidores.

Quem quiser ter a assistência da Agência, precisa estar ligado à Inovação. Segundo o professor Gimenez, no processo seletivo, o primeiro fator analisado é o caráter do negócio. “Precisa ser inusitado, algo que não exista, que não seja ofertado no mercado. Se não for, o projeto cai fora”, explica. Nas ideias que permanecem, prioriza-se a viabilidade de a empresa sobreviver ao longo do tempo. Se for aprovada nestes aspectos, uma banca formada por professores e especialistas assiste a apresentação do projeto e emite a decisão sobre a incubação.

Apesar de a Agência ter sido criada em 2008, o processo de incubar empresas e projetos é recente: - data de 2012. Atualmente, dez empresas estão neste processo, -e elas não se restringem a um setor econômico. Entre várias estão presentes ideias inovadoras na parte tecnológica, ambiental, de assessoria e cultural.
Gimenez ressalta que a assistência não é financeira: -“O apoio acontece nas questões administrativas, como, por exemplo, orientando a apresentação de projetos de fomento a outros órgãos”. “Nós também temos programa de capacitação de sócios incubados. Neste ano demos início a um ciclo de palestras e todo mês iremos ter uma palestra sobre diferentes aspectos de gestão, fora o acompanhamento feito em reuniões periódicas”.

Para o professor, uma das características mais importantes da Agência de Inovação é a capacidade de diminuir a taxa de insucesso no mercado. “Muitas empresas estão sendo criadas, principalmente pelos jovens, mas a realidade é que muitas não sobrevivem ao mercado” explica. A boa notícia aos jovens empreendedores também vem de um estudo do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) feito em 2013, que mostrou a taxa de mortalidade das empresas no Brasil, nos últimos dois anos, caindo em 7,6%.
Gráfico da Taxa de Mortalidade de Empresas de 2 anos. (Fonte: Sobrevivência das Empresas no Brasil/Sebrae)


O novo teatro

Uma das artes mais antigas da civilização humana ganha cara nova com o Coletivo Articulado, grupo de teatro que está entre as dez empresas incubadas da Agência de Inovação. Utilizando como norte o Teatro do Oprimido, a primeira empresa de economia criativa da Agência quer ir em direção à plateia. “A nossa ideia é levar o teatro as pessoas. Fazer apresentações nas ruas, nos bairros mais periféricos de Curitiba” explica o criador do Coletivo, Ricardo Philippi, estudante de Produção Cênica da UFPR. Com escritório instalado na Agência, o projeto é novo, foi aprovado em fevereiro deste ano. Sobre o componente inovador, Philippi explica: “A arte é por si só inovadora. Mas o nosso objetivo, além de levar o teatro às pessoas, é fazer com que o público interaja e participe do espetáculo, promovendo uma face interativa do teatro”.

Projeto “Bota pra Fazer”

Uma parceria entre a Agência de Inovação da UFPR e o Instituto Empreender Endeavor vai oferecer aos seus alunos o Projeto Bota pra Fazer- crie seu negócio de alto impacto. Uma equipe de 30 docentes será treinada para atender dois mil alunos durante 2014. O objetivo é instruí-los a identificar oportunidades, criar um novo negócio, e desenvolver suas capacidades empreendedoras. A qualificação dos professores está prevista para começar ainda em março. Após esta etapa, os facilitadores terão como obrigação oferecer turmas do Bota pra Fazer para os estudantes do seu Setor de Ensino.

  

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