terça-feira, 18 de março de 2014

Sem gelo, patinação no Brasil usa rodas sobre madeira como opção

A patinação artística sobre rodas foi a alternativa encontrada para um país que não tem lagos congelados no inverno.

Reportagem Mariana Della Enns

Nos Jogos de Inverno de 2014, em Sochi na Rússia, o Brasil viu pela primeira vez a bandeira nacional ser carregada para a pista de patinação no gelo. Embora a patinadora, que representava o país, Isadora Williams, de 18 anos, tenha nacionalidade brasileira, ela nasceu em Atlanta e foi criada nos Estados Unidos aonde teve contato com os esportes praticados no gelo.

O inverno menos rigoroso do Brasil é o principal culpado da impopularidade dos esportes no gelo, o que não impede que existam praticantes de outras modalidades de patinação no país. Basta trocar a lâmina dos patins por rodinhas e o lago congelado ser substituído por piso de madeira para nascer a patinação sobre rodas.

Embora o esporte praticado no gelo e o praticado sobre a madeira sejam semelhantes existem muitas diferenças técnicas entre eles, como explica a professora de patinação Rita Bomfati da escola Cia de Patinação Rita Bomfati de Curitiba: "As rodinhas produzem muito mais atrito do que as lâminas no gelo e por isso a técnica em vários saltos precisa ser adaptada. É como se fosse futebol de campo e futebol de salão, os dois são futebol, mas bem diferentes um do outro." compara.

A patinação sobre rodas tem se tornado cada vez mais popular em Curitiba. O esporte é composto por várias categorias, entre elas velocidade, freestyle e até o hóquei, um esporte típico do gelo, já foi adaptado. Todo ano são organizadas pela FIRS (Fédération Internationale de Roller Sports) competições a nível mundial. Os brasileiros não estão ficando para trás. Em 2014 os atletas nacionais conquistaram o ouro e o bronze na Patinação Artística dos Jogos Sul-Americanos em Santiago, no Chile.

Patinação como Hobby


Patinar apenas por lazer também é opção. É o caso da aluna de pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Elisandra Cavalcante. Entre o estudo e o trabalho, a jovem de 21 anos separa um horário na agenda para a patinação.Depois de guardar os patins a moça comenta como começou a se interessar pelo esporte. "Eu me apaixonei pela patinação em uma apresentação que assisti. É maravilhoso! Não tem como não gostar." declara.

Elisandra Cavalcante em sua aula de patinação
 Foto: Mariana Della Enns
Apesar de o esporte exigir uma boa dose de energia e certo preparo físico, não existe limite de idade para começar a patinar. Qualquer pessoa interessada em perder cerca de 500 calorias por hora aula e de quebra se divertir, é muito bem vindo. Segundo Rita Bomfati em poucas aulas já se aprende a andar de frente e de costas e a fazer os exercícios básicos, mas data para parar de aprender, isso não existe, já que a prática pode ser sempre aprimorada.

A flexibilidade que o esporte traz, faz com que seja mais comum do que se pensa ver mães, que cansaram de assistir os filhos dos bancos, entrarem na pista. É o caso da fisioterapeuta Andressa Wieler que começou a praticar o esporte junto com a filha, Fernanda Wieler, de 7 anos, na escola Footwork de Curitiba. "As crianças aprendem mais rápido do que os adultos, quando se parte do zero. A minha filha já me passou. 

Alguns saltos ela já faz melhor do que eu", conta. A evolução no esporte pode não ser sincronizada, mas quando se trata da evolução do relacionamento, a mãe não tem dúvida, " É um tempo muito bom! A vida é tão corrida e pelo menos duas vezes na semana a gente passa bastante tempo juntas. Quando o professor passa o exercício, eu ajudo ela e ela me ajuda, é uma busca pelo equilíbrio."



Andressa e Fernanda compartilhando a patinação pelo esporte.
Foto: Mariana Della Enns

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