No mesmo local e com opções vegetarianas há nove anos, a Super Dog, por exemplo, é sucesso entre clientes
Reportagem Bruno Vieira
Super Dog é umas das principais barracas de cachorro quente do bairro Cabral (Foto: divulgação)
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As
barraquinhas de cachorro quente são um dos elementos urbanos mais
“democráticos” e comuns de se ver pela cidade de Curitiba. Elas representam o
refúgio dos madrugueiros esfomeados e estão em todos os bairros atendendo os
mais diversos tipos de cliente. Em razão dessa abundância de oferta, pequenos
detalhes podem ajudar cada barraca a garantir um público fixo, como é o caso da
tradicional barraca Super Dog, localizada no bairro do Cabral desde 2005.
Daniel Valand, 28, é o atual dono da barraca e comenta sobre o
diferencial de ofertas do Super Dog. “Cachorro quente tem em todos os lugares,
em cada esquina, mas acho que o nosso principal diferencial é ter a opção
vegetariana e vegana”. O comerciante comenta que, mesmo assim, há uma demanda
para toda a grande quantidade de barracas espalhadas pela cidade, e que cada
uma traz consigo alguma atração marcante que seduz a clientela. “É difícil a
concorrência nesse meio porque todo mundo já tem uma coisa diferente”, reitera.
Segundo Valand, que antes de se tornar dono da barraca foi
cliente do Super Dog durante quatro anos, ali se preza muito pela qualidade dos
ingredientes utilizados na preparação dos cachorros quentes. Ele afirma que 50%
dos produtos utilizados são feitos pelos funcionários da barraca, como o tofu,
purê de batata e os demais condimentos disponíveis, como a pimenta e o molho de
alho.
O cardápio do local é variado, indo além do cachorro quente
convencional. Existem oito opções tradicionais, quatro veganas, três
vegetarianas e uma opção doce. Um detalhe charmoso é que todas têm o nome de
diferentes raças de cachorro. A opção mais recente adicionada ao cardápio,
Border Collie, leva pão, maionese, purê, tomate, milho, batata palha, cheddar,
cebola, uma salsicha e ketchup. Mas, o destaque fica mesmo para as alternativas
veganas e vegetarianas, algumas delas “releituras” dos cachorros quentes
tradicionais. É o caso do Chow Chow no qual se substitui a salsicha
convencional pela salsicha vegetal. Já na sua opção vegana são vetados o
cheddar e a maionese, substituídos pela maionese vegetal e tofu. Os preços
variam de quatro a dez reais.
Esse esforço todo para manter um serviço de qualidade garante
uma clientela fiel durante esses nove anos de existência e também cativa novos
clientes. É o caso de Melina Kluk, 18, estudante de relações públicas. Ela diz
ter começado a comer no Super Dog por ser uma alternativa de refeição rápida
próxima da faculdade, e jantar lá acabou virando hábito. “Eu venho sempre aqui
porque é barato e tem umas opções diferentes de cachorro quente”, comenta Kluk.
Ainda segundo Valand, o perfil de cliente mudou bastante com o tempo. “A gente
não perdeu o público em número, mas ele mudou bastante, é mais família agora”,
comenta. No princípio a barraca era frequentada especialmente por um público do
cenário rock, pois os primeiros donos do Super Dog eram bem conhecidos nesse
ambiente. Com a passagem da barraca para outros proprietários, a clientela
mudou, mas não desapareceu completamente. “Tem gente desde a época do Mamá e do
Paulo [donos originais] que continua comendo aqui.”, finaliza Valand.
Outras barracas
A cultura do curitibano em relação à vina e ao cachorro quente
rendeu desde 2013, a Vinada Cultural. O evento reúne diversas barracas de hot
dog da cidade e atrações artísticas no Passeio Público. A ideia é ocupar esse
espaço histórico, trazendo ainda visibilidade para os diferentes dogueiros de
Curitiba.
O evento traz tanto barracas de vendedores veteranos como de
iniciantes. Um exemplo para o time dos dogueiros tradicionais é o Hot Dog
Yracema, de propriedade de Cristiano Batista Jesus, que começou so negócio ao
lado de sua mãe, em 1983. “Começamos com o carrinho de cachorro quente na rua
mesmo e hoje temos quatro lojas uma inclusive com 164 lugares para sentar”,
afirma. Um dos destaques do Yracema é o Prensadão de Frango com Catupiry que
leva vina, maionese, tomate, cebola, catchup, mostarda, milho, bacon, frango
desfiado, catupiry e batata-palha e que foi oferecido na Vinada.
Esse ano foi a segunda vez que o Yracema participou do evento,
ao contrário de outras barracas como a de Rafael Schreiber, dono da Don’t Stop
Hot Dog, estreante dessa edição. Um dos destaques da barraca é o Dark Dog,
cachorro quente que leva, entre outras coisas, strogonoff e salsicha bovina.
Sobre a Vinada e o ofício de dogueiro Schreiber ressalta: “Nosso trabalho às
vezes não é reconhecido, e o bom de eventos como a Vinada é que o pessoal pode
ver nossa atividade com outros olhos”.
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