segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ex-aluna da UFPR é promessa para a esgrima nacional


A curitibana Giulia Gasparin pratica esgrima desde 2006 e é uma revelação na modalidade com sabre

Reportagem Aléxia Saraiva
Giulia Gasparin, de 22 anos, é promessa para as Olimpíadas na modalidade de esgrima com sabre (foto: Renan Telöken Stein)

Participar das Olimpíadas é um sonho que estimula o início da carreira de muitos jovens atletas e fica ainda mais atrativo pelos jogos acontecerem no Rio de Janeiro em 2016. Não foi o caso de Giulia Gasparin. Depois de trocar a natação pela esgrima por conta de uma alergia ao cloro, ela já foi Campeã Brasileira Juvenil e ficou em terceiro lugar no Campeonato Sul-Americano. Atualmente, a atleta é a quarta posição no ranking nacional do sabre – a arma usada pela atleta – e uma das grandes promessas brasileiras para as Olimpíadas.
A atleta é curitibana e começou a praticar esgrima em 2006, quando estava na oitava série. “Quando entrei no Colégio Positivo, a esgrima era uma atividade extracurricular. Gostei da ideia e resolvi experimentar. Comecei como hobby, mas com o tempo passei a participar de campeonatos e os resultados me levaram a ir atrás cada vez mais”, conta. A opção pelo sabre foi fundamental para o que aconteceria depois. A arma, que não tem tradição em Curitiba, foi escolhida por ela depois que seu professor apresentou as três opções disponíveis para um esgrimista – a espada, mais tradicional, o florete e o sabre. “Na época, eu não tinha pretensões competitivas, tinha acabado de começar com a esgrima, então achei a ideia legal. Com o tempo eu fui vendo as dificuldades de treinar uma arma que poucas pessoas praticam, muitas vezes treinava sozinha e obviamente tinha limitações técnicas”. Depois do colégio, ela passou a treinar na Associação Paranaense de Praticantes de Esgrima (Appes) e na Sociedade Thalia, ambas em Curitiba.
Paralelamente, começou a cursar Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mas já sabia que levaria o esporte a sério. “Era um risco fazer esse esporte sem ter faculdade. Eu vi a necessidade de me formar antes de me mudar para Porto Alegre, onde poderia treinar com Juan Velasquez, um técnico cubano com grande experiência no sabre”, pontua. Atualmente, com 23 anos, Giulia treina com ele pela Sociedade de Ginástica de Porto Alegre, a Sogipa.

Esgrima, um esporte “sub-amador”

Oswaldo Monteiro foi técnico de Giulia Gasparin enquanto ela treinou em Curitiba pela Appes, e comenta que sempre pensa na atleta como exemplo de determinação e disciplina. “Comecei com ela em 2009, e infelizmente a limitação como esporte amador a impediu de continuar aqui. Mas ela é referência para quem treina comigo, por causa da sua força de vontade que retorna como resultados”, explica.  Segundo o técnico, a esgrima é um esporte “sub-amador”, uma vez que fica quase que inteiramente nas mãos dos professores e do esforço dos alunos, além de não receber incentivos. “A estrutura do local de treinamento pode ser humilde, mas compensa do alto grau de qualificação. O problema é que o esporte acaba dependendo do que o atleta se propõe a fazer”, explica.
Quanto ao futuro, tanto Monteiro quanto Gasparin se mostram confiantes. “Cada passo dado a faz ficar mais perto do seu sonho olímpico”, diz Monteiro. A atleta completa: “O que era uma realidade distante se tornou um sonho possível e um objetivo plausível”.

Como país sede, o Brasil tem direito a 12 vagas na equipe que vai competir em esgrima. Conta-se como primeiro critério de classificação a participação em competições internacionais. “A concentração do atleta nos próximos dois anos deve ser a de treinar muito e buscar o melhor ranking mundial possível, participando de todo o circuito internacional de Copas. Isso é difícil, pois envolve muita grana e o incentivo para a esgrima é pouco. Por isso temos poucos atletas com bom ranking”, explica Giulia Gasparin. Segundo ela, a expectativa para os investimentos em 2015 são altas, já que faltará pouco tempo para as Olimpíadas.

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