quinta-feira, 8 de maio de 2014

Academias de luta recebem cada vez mais mulheres

Participação feminina em academias de luta apresenta crescimento exponencial nos últimos anos

Reportagem Isadora Maia



A primeira coisa que se pensa ao falar em boxe, muay thai e outras artes marciais é que estes são esportes masculinos, para quem tem força, resistência e testosterona de sobra. Já faz algum tempo, porém, que nas principais academias de todo o Brasil esse cenário vem sendo transformado pelo público feminino, que ganha cada vez mais espaço nas academias especializadas em luta e tem demonstrado muita garra nos treinos.


O número de academias em Curitiba que oferece o serviço, segundo o site hagah, já passa de duzentos, com mensalidades que vão de 50 a 120 reais. A grande maioria oferece aulas mistas em todos os horários, não existindo a separação entre turmas masculinas e femininas. Além disso, várias marcas de roupas esportivas, aderiram ao sucesso de público, lançaram coleções  de acessórios, como luvas, bandagens e protetores de boca, em versões diferentes das tradicionais, em cores como roxo, azul claro e cor-de-rosa.


Segundo o instrutor de Muay Thai, Guile Conceição, do grupo curitibano Strikers House, o principal motivo pelo qual as mulheres vêm abandonando as aulas de aeróbica e as academias tradicionais, passando a optar pelas artes marciais, se deve ao alto gasto calórico atingido nos treinos, que pode variar entre 700 a 1000 kcal por hora. "Elas vêm porque querem modelar o corpo, mas acabam ficando, se apaixonando pelo esporte. Muitas alunas dizem que é a melhor forma de combater o stress", acrescenta.


    Guile Conceição, do grupo Strikers House, e uma de suas alunas

Guile também acredita que houve grande influência da mídia, ao divulgar que o novo “segredo” dos corpos esculturais de artistas famosas, como Sabrina Sato, é a prática de esportes como o Boxe e o Muay Thai. Sobre a evolução do desempenho do público feminino ao longo das aulas, ele se mostra muito satisfeito. “A evolução é muito positiva, todas com resultado muito rápido, não perdem em nada para os homens”. Além disso, o esporte é acessível para mulheres de todas as idades, desde que com acompanhamento profissional. Débora Regina Silveira, advogada de 42 anos, trocou as aulas de ioga pelas de boxe e está amando: “Saio da aula completamente desestressada! Deixo todos os meus problemas no saco de areia, e ainda perco uns quilinhos!”, diz.

Aula mista na sede principal da Strikers
                             
Muitas mulheres evitam a prática de modalidades de luta por temer ter seu corpo masculinizado, com aumento excessivo de músculos, como as lutadoras profissionais. O treinador e ex-pugilista Osmar "Animal", dono da academia Animal Boxe, afirma que a luta, ao contrário do que muitos pensam, não deixa o corpo feminino musculoso, mas torneado. Como seus exercícios são baseados na inúmera repetição de séries de golpes, dispensando o uso de carga ou levantamento de peso, os movimentos não estimulam o crescimento da massa muscular, apenas a definem, obtendo como resultado o tão sonhado corpo “talhado”.

Praticante de boxe há 3 meses na Animal Boxe, Carla Costa, gerente de projetos, 23 anos, afirma que escolheu o esporte justamente com esse propósito - e vem tendo resultado. Já emagreceu cerca de3 quilos e não perde um treino. "A mudança física veio muito rápido. E a psicológica também: Hoje sou mais disciplinada, resistente, e me sinto mais forte, em todos os sentidos."

                   As luvas cor-de-rosa que Carla usa para treinar: “Posso ficar toda                                    descabelada e suada, mas continuo chique”






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